O presidente da petrolífera estatal angolana – Sonangol – disse ontem que é o patrão da Galp e, por isso, a empresa portuguesa tem que lhe obedecer.
Há quem se tenha sentido chocado com a afirmação, mas a verdade é que Manuel Vicente tem toda a razão. O estado angolano não tem culpa que lhe tenhamos posto nas mãos a maior empresa portuguesa.
Em 1990, o governo português decidiu privatizar a Petrogal, com o argumento de que o estado deveria abster-se de participar directamente na economia. Menos de 20 anos depois, a Galp é agora propriedade do estado angolano (e do estado italiano).
Há quem se tenha sentido chocado com a afirmação, mas a verdade é que Manuel Vicente tem toda a razão. O estado angolano não tem culpa que lhe tenhamos posto nas mãos a maior empresa portuguesa.
Em 1990, o governo português decidiu privatizar a Petrogal, com o argumento de que o estado deveria abster-se de participar directamente na economia. Menos de 20 anos depois, a Galp é agora propriedade do estado angolano (e do estado italiano).
.
A privatização resultou, na verdade, numa semi-estatização. Só que o controlo accionista passou do estado português para o estado angolano (e italiano).
.
Esta não é uma situação única. Um pouco por todo o mundo ocidental, as empresas mais relevantes estão a ser tomadas pelo dinheiro de estados onde não impera a transparência. O sector bancário, o imobiliário, o turismo e a energia são apenas alguns exemplos de áreas hoje dominadas pelos capitais públicos da China, da Arábia Saudita ou até de Angola.
E esta é apenas a face menos negra do problema. Com os dinheiros públicos, chega um sub-mundo empresarial onde pontificam príncipes árabes e filhos de ditadores africanos, cuja fortuna não foi feita a trabalhar.
.
.
Esta não é uma situação única. Um pouco por todo o mundo ocidental, as empresas mais relevantes estão a ser tomadas pelo dinheiro de estados onde não impera a transparência. O sector bancário, o imobiliário, o turismo e a energia são apenas alguns exemplos de áreas hoje dominadas pelos capitais públicos da China, da Arábia Saudita ou até de Angola.
E esta é apenas a face menos negra do problema. Com os dinheiros públicos, chega um sub-mundo empresarial onde pontificam príncipes árabes e filhos de ditadores africanos, cuja fortuna não foi feita a trabalhar.
.
Agora aguentem-se...
.
João Castanheira
João Castanheira