terça-feira, 27 de novembro de 2007

Peace and love

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No portal do governo, pode ler-se que "... no contexto da União Europeia, Portugal continua a integrar o grupo de países com índices de criminalidade mais baixos e em que o sentimento de segurança é mais elevado". Lê-se ainda que "... o grau de confiança dos cidadãos portugueses na polícia duplicou nos últimos 5 anos". As palavras são do ministro da administração interna, no debate do relatório anual de segurança, na Assembleia da República. É o relato de um país muito peace and love, mas final parece que não é bem assim.

De acordo com o estudo europeu hoje divulgado pela Deco, 65% dos portugueses sentem-se afinal mais inseguros hoje do que há 5 anos. E mais de metade dos cidadãos vítimas de crime nem sequer apresentou queixa às autoridades, por considerar que a polícia não iria resolver o seu problema. Conclui-se, portanto, que a tão apregoada descida dos índices de criminalidade - a criminalidade declarada - está ligada à perda de confiança nas forças de segurança.

Mais ainda, 60% dos portugueses que se queixaram de um crime não viram o seu problema resolvido. Passados uns meses ou uns anos receberam em casa uma singela notificação policial a comunicar o arquivamento do caso.

O país real é este e não o Portugal cor de rosa do governo rosa.

Mas o inspector-geral da administração interna não encontrou melhor forma para gastar o seu tempo e o nosso dinheiro do que lançar uma campanha contra as forças policiais. Disse há uns dias: "Há por aí muita cowboyada de filme americano na mentalidade de alguns polícias... há muita impertinência da parte da polícia, intolerância, impaciência... incompetência ".

E eu que pensava que a prioridade do senhor inspector-geral era ajudar a polícia a encontrar os meios e a autoridade de que precisa para combater o crime.

João Castanheira

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