quinta-feira, 16 de abril de 2009

Coitadinho do bandido


Um marginal do chamado “Gangue da Lapa” foi hoje condenado pelo Tribunal de Matosinhos a 3 anos de cadeia, por homicídio negligente de um jovem de 15 anos.

O crime aconteceu na passagem de ano de 2004/2005, quando o marginal atingiu a tiro o rapaz, alegadamente com um tiro acidental. São coisas que acontecem...

Depois do tiro e em vez de pedir auxílio, o marginal enrolou o rapaz em trapos e depositou o corpo num descampado, esvaindo-se em sangue até morrer.

Nem a um cão se faz uma coisa destas.

O colectivo de juízes considerou o crime de uma gravidade e crueldade extremas, mas condenou o assassino a 3 anos de cadeia, pelo que, de acordo com as nossas simpáticas leis penais, estará em liberdade daqui a um ano.

Mais uma história que mete nojo. Mais uma prova da falência da nossa justiça.

Terá algum futuro um país assim?

João Castanheira

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Já podemos votar em alguém que nunca foi comunista


É evidente que o Nuno Melo trás um ar novo ao combate para as eleições europeias.

Não só porque simboliza um salto geracional e uma interessante renovação de protagonistas, mas, também, porque é o primeiro cabeça de lista que não é nem foi militante do Partido Comunista.

A Dona Ilda e o Miguel Portas continuam a acreditar num mundo que, felizmente, não é o nosso. Esta gente, convém não esquecermos, lutou pela importação do modelo soviético, do partido único, do KGB, da mais funesta opressão e da mais arcaica miséria.

Era precisamente o mesmo mundo em que acreditava o ex-comunista Vital Moreira. Enganou-se o senhor professor. Engana-se vezes de mais o académico coimbrão, embora não se coíba de falar de cátedra sobre todos os assuntos.
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A escolha de Portas só tem um problema: retira da Assembleia da República um dos nossos mais brilhantes parlamentares e, nessa medida, empobrece o debate político naquela que é a casa da democracia.
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João Castanheira

Fazer o frete


Como se suspeitava, as candidaturas do PS às câmaras de Sintra e do Porto – os dois principais municípios do país depois de Lisboa – são apenas para cumprir calendário.

Nem as próprias candidatas – Ana Gomes e Elisa Ferreira – acreditam na vitória. Por isso, trataram de assegurar uma retaguarda confortável, agarrando-se a um lugar seguro na lista ao Parlamento Europeu.

Fingem que vão à luta, mas não correm riscos. Têm que fazer o frete.

Entretanto, as habituais mordidelas de Ana Gomes a José Sócrates deixaram de se ouvir. A mudança de tom roça o enxovalho.

João Castanheira

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Um intelectual de esquerda a caminho do exílio dourado


A mensagem com que arranca a campanha do PS às eleições europeias é tão apelativa e empolgante como o próprio candidato: “Nós, Europeus”, sem mais.

Como é que alguém que não seja avençado do Partido Socialista se desloca a uma mesa de voto para apoiar uma coisa destas?

João Castanheira

Vigarizar a arraia-miúda


Depois da desabrida comoção nacional que se viveu após a final da Taça da Liga, estranha-se o silêncio e a paz de hoje.

Os penáltis inventados a favor do Benfica, com influência directa e decisiva no desfecho do jogo com o Estrela da Amadora, parecem uma coisa absolutamente normal.

Afinal, o país só se indigna quando os “erros” de arbitragem prejudicam um dos grandes.

João Castanheira