terça-feira, 31 de março de 2009

Um país a caminho do esgoto...


Pergunta: O que é que acontece em Portugal quando um corrupto é nomeado presidente de uma empresa pública?

Resposta: NADA!

A não ser o facto – perfeitamente normal – de o corrupto passar a ser o responsável máximo pela gestão de dinheiros públicos.

Um construtor civil de Braga, foi recentemente condenado por corrupção activa, depois de ter sido provada a tentativa de compra de um Vereador da Câmara de Lisboa, por 200.000 €.

Ontem, o mesmo construtor civil foi nomeado presidente da Braval, empresa municipal de tratamento e valorização de resíduos sólidos do Baixo Cávado.

A Braval é dominada pela Câmara de Braga e, para completar o quadro, o novo director geral da empresa é o próprio genro de Mesquita Machado, segundo noticia o Correio da Manhã. Tudo absolutamente normal.

A verdade é que quando a falta de vergonha atinge este limite, é o país inteiro que caminha para o esgoto.

João Castanheira

O fim da linha


Pergunta: O que é que acontece em Portugal quando um jovem é assassinado à pancada por um bando de marginais?

Resposta: NADA!

Um jovem de 21 anos foi violentamente espancado no bairro social de Carreiros, em Rio Tinto. Três dias depois morreu. O massacre foi testemunhado por habitantes do bairro e filmado, tendo as imagens chegado à televisão.

Ao que parece, o jovem terá uns dias antes denunciado a quadrilha à polícia. Pagou o atrevimento com a própria vida.

Os marginais continuam, pacatamente, a sua vida no bairro.

João Castanheira

quarta-feira, 25 de março de 2009

Não se poderá encerrar a Refer?


A Refer encerrou hoje o que restava das linhas de bitola estreita do Corgo e do Tâmega.

Pela calada da noite e sem pré-aviso aos utilizadores.

Alegadamente, o encerramento das linhas foi feito por razões de segurança, embora não haja notícia de qualquer incidente ou risco agravado. E, verdade seja dita, se algum perigo existe, é porque a própria Refer votou as linhas ao abandono, à espera que caíssem de podres.

A partir de agora, os aldeões que resistem nas serranias do Douro passarão a viajar em autocarros, através de estradas sinuosas, onde os perigos são seguramente maiores.

Noutro qualquer país do mundo civilizado, estas linhas seriam verdadeiras jóias patrimoniais. A linha do Corgo serpenteia ao longo do vale do rio, em pleno Património Mundial da Humanidade, cruzando uma das mais belas paisagens do mundo.

Recordo-me de, há quase 20 anos, ter feito, com um grupo de amigos, a memorável viagem entre a Régua e Vila Real. Tinha acabado de fechar o troço que ligava a capital de Trás-os-Montes a Chaves, cruzando a região termal de Pedras Salgadas, Salus, Vidago e Campilho.

Guardo dessa viagem uma das melhores memórias da minha juventude. Não há palavras que descrevam a beleza daquela linha.

O que os sucessivos governos, a CP e a Refer fizeram ao longo das últimas décadas, aniquilando um património construído ao longo de mais de um século, é um dos maiores crimes cometidos contra o nosso país.

Um país de merda, que se prepara para gastar milhares de milhões de euros a construir linhas de TGV e uma terceira auto-estrada de Lisboa para o Porto, mas que despreza o potencial do seu glorioso património ferroviário.

Dizem que as linhas têm poucos utentes. Ora vão bardamerda, porque nas mãos de um governo competente e de uma empresa responsável, não faltariam utentes.

Esta é uma daquelas decisões que me fazem saltar da cadeira e ir à luta. Isto não pode ficar assim!

João Castanheira

sexta-feira, 20 de março de 2009

A Lei das Armas


A nova Lei das Armas, aprovada ontem na Assembleia da República pelo Partido Socialista, baixa a idade mínima para porte de arma de 18 para 16 anos. Parece brincadeira mas não é.

Aos adolescentes, não reconhecemos maturidade suficiente para conduzirem um carro ou para votarem. Mas o PS acha-os suficientemente preparados para andarem armados.

Nesta loucura legislativa, que ameaça mergulhar o país no caos, eu proponho que a idade para porte de arma baixe para os 3 anos. Passaremos a deixar os nossos filhos na cresce com uma pistola à cintura. Das verdadeiras e não daquelas de fulminantes.
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João Castanheira

terça-feira, 17 de março de 2009

Uma morte...

Este sábado, nas páginas centrais do Público, um pequena notícia devolvia-nos à realidade analfabeta, ignorante e inculta que ainda persistimos em manter como nosso traço identitário.
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Talvez haja os que considerem que a morte de um animal, neste caso uma Águia Imperial, algures nos confins de um Parque Natural em pleno Alentejo seja um daqueles acontecimentos que não nos merecem uma vírgula, quanto mais uma reflexão. Outros haverá que se consideram de tal forma donos e senhores desta terra em que habitamos, que a presença de outras espécies, que não para fins lúdicos ou alimentares é, por si só, uma desnecessária e maçadora inevitabilidade que quanto mais depressa se resolver, melhor. Eu, na mais imprudente das ingenuidades, acho que não! Acho mesmo que aquele tiro e aqueles chumbos foram uma rajada certeira ao nosso património intemporal, um disparo contra a nossa história e um verdadeiro assassínio a sangue frio da nossa memória. Exagero? Talvez...
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Enfim, talvez um dia, quem sabe, percebamos o quanto o majestoso voo daquela Águia nos céus do Alentejo é uma memória que nos faz falta.
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Luís Isidro Guarita

sexta-feira, 13 de março de 2009

Afinal o crime está mesmo fora de controlo


Afinal não era apenas o alarmismo da comunicação social ou a obsessão securitária do CDS.

Apesar de os portugueses serem, frequentemente, aconselhados a não se queixarem dos crimes de que são vítimas, a criminalidade grave e violenta no nosso país aumentou 11,5% em 2008. Como se suspeitava.

E desde 1998 cresceu mais de 60%.

As leis penais portuguesas são verdadeiramente criminosas: oferecem todas as garantias aos bandidos, destroem o respeito pela autoridade do estado, arrasam o trabalho das forças de segurança, estão-se nas tintas para as vítimas e começam a condicionar a própria liberdade das pessoas de bem, que têm medo de sair à rua.

Não é possível que um marginal reincidente, apanhado em flagrante delito, saia do tribunal em poucos minutos, a rir-se na cara do polícia que o deteve.

Um país a sério tem que se dar ao respeito.

João Castanheira

quinta-feira, 12 de março de 2009

Tenha vergonha DONA ILDA!

A Dona Ilda, deputada europeia do PCP, acha que o assassinato do Presidente da República e do Chefe do Estado-Maior da Guiné Bissau são ainda resultado “passado colonial” daquele país. Disse-o em pleno Parlamento Europeu, para nossa grande vergonha.

Terá sido, provavelmente, o fantasma do Dr. Salazar que andou aos tiros em Bissau. Bandalho!

Vinda da boca de uma kamarada, adepta de um processo de descolonização criminoso, esta declaração é uma verdadeira provocação. Chega a ser uma ordinarice.

A clique corrupta e sanguinária que ainda hoje domina alguns dos PALOPs foi colocada no poder pelo Partido Comunista Português.

Tenha vergonha Dona Ilda!

Os crimes cometidos pelos bandidos guineenses são da exclusiva responsabilidade dos próprios bandidos, agora narcotraficantes, e não do passado colonialista, que já lá vai há 35 anos.

E os bandidos corruptos e assassinos são uma criação do PCP.

João Castanheira

terça-feira, 10 de março de 2009

12 a 1, com tranquilidade


O Bayern acaba de pregar 12 a 1 ao Sporting.

Penso que nem o Pinhalnovense exporia o país a semelhante enxovalho.

E quando um grande clube do futebol português leva uma dúzia na pá, alguma coisa se espera que aconteça.

Com o devido respeito – que não é muito – tenho do Paulo Bento a imagem de um calhau com risco ao meio. Impreparado mesmo para um mundo onde predomina a iliteracia e a ignorância, como é o futebol.

Há coisas que não se entendem. Antigamente chegava-se a treinador de um grande clube depois de mostrar serviço em equipas de menor dimensão. Ao Paulo Bento calhou o Sporting, sem que antes tivesse orientado qualquer outro clube. É como iniciar a carreira militar com o posto de general.

Quando assumiu o comando técnico do Sporting, o homem não tinha sequer habilitações para treinar uma equipa de futebol profissional. Tinha que ser o adjunto a assinar os papéis.

Deselegante, desbocado, desnorteado e em guerra com meia equipa, resta ao Paulo Bento mostrar o que vale no Bombarralense. Com algum esforço, talvez um dia mereça voltar à primeira liga.

João Castanheira

quinta-feira, 5 de março de 2009

Selvajaria


A moradia situada no n.º 28 da Rua de Alcolena, no Restelo, é uma notável referência da arquitectura modernista em Portugal.

Construída em 1956, segundo projecto do arquitecto António Varela, a moradia integra vários painéis de azulejos da autoria de Almada Negreiros e diversos outros elementos que a tornam uma construção única e admirável.

Qualquer português dotado de uma cultura mediana preservaria a moradia como uma verdadeira jóia. Julgo que até uma família de símios perceberia a importância da construção e teria orgulho em recuperá-la. Viver num local assim é um privilégio a que poucos homens podem aspirar.

Acontece que a moradia foi comprada pelos filhos do construtor civil Vítor Santos – o famoso Bibi do Benfica – o que é uma fatalidade capaz de arrastar para o apocalipse a mais preciosa obra de arte. Não tardou a que desse entrada na Câmara de Lisboa um projecto de demolição, ao que se seguiu a transformação de uma parte dos painéis de Almada Negreiros em entulho.

Quem sai aos seus não degenera.

Diga-se que a moradia está incluída na Zona Especial de Protecção de um Monumento Nacional, pelo que as obras são ilegais.

Bibi ficou famoso quando, aqui há uns anos, se gabou publicamente de declarar o ordenado mínimo, apesar de ser um dos maiores milionários de Lisboa. Nos Estados Unidos seria preso e no norte da Europa seria consumido pela vergonha. Em Portugal, houve quem lhe batesse palmas.

De acordo com a lista divulgada pelo Ministério das Finanças, Bibi é um dos portugueses que mais dinheiro deve ao fisco. Apesar das suas empresas de construção civil e promoção imobiliária prosperarem.
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Estamos agora na fase do ataque ao património nacional, a troco de mais umas malas de dinheiro.

Disgusting...

João Castanheira

terça-feira, 3 de março de 2009

Sentados em cima do Estado

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Para lá do marketing político, tudo no congresso do PS foi profundamente latino-americano, a começar nos discursos laudatórios.

Diz quem por lá passou que nunca num congresso partidário se viu tamanha concentração de carros oficiais e motoristas. A estatização do PS ultrapassou tudo o que até agora se tinha visto.

Em Espinho, poucos eram os congressistas sem um tacho na administração pública. Gente preocupada, sobretudo, em manter o posto de trabalho, a nomeação, a sinecura, a avença, o lugar na lista... Este foi, por isso mesmo, o congresso do umbigo.
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Para compor a sala, no domingo começou a chegar, em excursões, a gama baixa do aparelho de Estado. Uma das congressistas gritava para uma rádio que tinha vindo na “cámeneta da câmara”. Deus nos acuda, Caracas está cada vez mais perto!

João Castanheira

segunda-feira, 2 de março de 2009

O Estado Circo


Mais que um Estado falhado ou um Estado pária, a Guiné-Bissau é um verdadeiro Estado circo.

A tenda está montada há 35 anos. Desde a independência, o país passou por uma ditadura pró-soviética e por uma inacreditável sucessão de golpes de estado, revoltas militares e atentados.

Em Bissau, as divergências políticas e tribais são resolvidas à facada e a tiro. Esta noite terá sido assassinado o Presidente da República e a família, cujos bens estão neste momento a ser pilhados por “militares”.

A debilidade das instituições é tal que o país foi tomado de assalto por quadrilhas de narcotraficantes, transformando-se num autêntico narco-Estado.

É suposto que os portugueses mantenham um silêncio cobarde perante os problemas da Guiné-Bissau e dos restantes PALOPs, como forma de expiar os pecados de um cada vez mais longínquo passado colonial.

Merda para o silêncio, que nos obriga a tolerar políticos assassinos, déspotas, ditadores, corruptos e analfabetos, que roubam e matam o próprio povo a troco de uma vida de luxo.

A Guiné-Bissau é um país fabuloso, com tudo para ser um verdadeiro paraíso na terra. Até quando vai o mundo tolerar o sofrimento imposto pelos carrascos guineenses ao seu próprio povo?

Não será evidente que a Guiné-Bissau não tem, neste momento, capacidade para se auto-governar? Para quando uma intervenção da comunidade internacional?

João Castanheira

domingo, 1 de março de 2009

E o prémio vai para...


O seguidismo acrítico de Vital Moreira foi finalmente premiado.

No espaço de 20 anos, o senhor professor migrou do estalinismo do PCP para as meias tintas do PS, transformando-se num verdadeiro pitbull do regime.

As cambalhotas de Vital Moreira são já parte do anedotário nacional. A opinião do académico flutuava, sem pudor, ao sabor dos anúncios governamentais. Um verdadeiro cata-vento político.

Há cerca de um ano, escrevi aqui que “Continua a ser um mistério a razão pela qual um homem culto e inteligente se anula e reduz à condição de mero comissário político. Dócil e acrítico como qualquer empregadinho do partido socialista”.

Pois bem, Vital Moreira encontrou, finalmente, um emprego à altura dos seus números de contorcionismo político. O exílio dourado de Estrasburgo.

João Castanheira