Portugal tem a quarta gasolina mais cara da Europa, excluindo os países do alargamento. Em boa verdade, o preço dos combustíveis em Portugal é muitíssimo mais elevado do que em qualquer outro país da UE15, já que o poder de compra dos portugueses é inferior ao dos restantes europeus.
Por cada litro de gasolina que se vende em Portugal, o Estado arrecada muito mais em impostos (84 cêntimos) do que aquele que é o custo real do combustível (65 cêntimos).
Os combustíveis subiram cerca de 20 vezes desde o início do ano, deixando o país à beira duma crise económica generalizada. E o que diz o primeiro-ministro?
Diz que é contra o congelamento dos preços dos combustíveis. Tem toda a razão, embora essa posição seja contrária à assumida pelo governo do Eng.º Guterres, do qual José Sócrates fazia parte. Diz ainda que é impossível reduzir o ISP, pois o Estado não pode abdicar dessa receita fiscal, sob pena de pôr em risco o equilíbrio das contas públicas. Isso seria verdade, não se desse o caso do Estado já estar a perder receita fiscal, pelo simples facto dos portugueses deixarem o carro em casa ou irem abastecer-se a Espanha.
O que o primeiro-ministro se esquece de dizer é que no ISP está escondida uma coisa a que chamou Contribuição de Serviço Rodoviário. Trata-se duma receita fiscal atribuída à Estradas de Portugal e serve para pagar uma absurda invenção do partido Socialista: as SCUT.
Por outras palavras, de cada vez que um reformado de Mértola puser um litro de combustível na sua motorizada, está a pagar para que eu circule a alta velocidade e à borla numa auto-estrada sem portagens. É esta a justiça social do governo socialista.
Para evitar a recessão que se avizinha, José Sócrates só tem uma coisa a fazer. Acabar de imediato com as SCUT e, com isso, reduzir substancialmente o ISP, sem tocar no equilíbrio das contas públicas.
É que nas auto-estradas circula quem quer. Já a gasolina, o pão ou qualquer outro bem essencial inflacionado pelo preço dos combustíveis castiga todos, especialmente os mais pobres.
Será isto assim tão difícil de entender?
João Castanheira
Por cada litro de gasolina que se vende em Portugal, o Estado arrecada muito mais em impostos (84 cêntimos) do que aquele que é o custo real do combustível (65 cêntimos).
Os combustíveis subiram cerca de 20 vezes desde o início do ano, deixando o país à beira duma crise económica generalizada. E o que diz o primeiro-ministro?
Diz que é contra o congelamento dos preços dos combustíveis. Tem toda a razão, embora essa posição seja contrária à assumida pelo governo do Eng.º Guterres, do qual José Sócrates fazia parte. Diz ainda que é impossível reduzir o ISP, pois o Estado não pode abdicar dessa receita fiscal, sob pena de pôr em risco o equilíbrio das contas públicas. Isso seria verdade, não se desse o caso do Estado já estar a perder receita fiscal, pelo simples facto dos portugueses deixarem o carro em casa ou irem abastecer-se a Espanha.
O que o primeiro-ministro se esquece de dizer é que no ISP está escondida uma coisa a que chamou Contribuição de Serviço Rodoviário. Trata-se duma receita fiscal atribuída à Estradas de Portugal e serve para pagar uma absurda invenção do partido Socialista: as SCUT.
Por outras palavras, de cada vez que um reformado de Mértola puser um litro de combustível na sua motorizada, está a pagar para que eu circule a alta velocidade e à borla numa auto-estrada sem portagens. É esta a justiça social do governo socialista.
Para evitar a recessão que se avizinha, José Sócrates só tem uma coisa a fazer. Acabar de imediato com as SCUT e, com isso, reduzir substancialmente o ISP, sem tocar no equilíbrio das contas públicas.
É que nas auto-estradas circula quem quer. Já a gasolina, o pão ou qualquer outro bem essencial inflacionado pelo preço dos combustíveis castiga todos, especialmente os mais pobres.
Será isto assim tão difícil de entender?
João Castanheira
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