sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Cautelas e caldos de Galinha

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Ontem, penso que na inauguração da primeira farmácia hospitalar portuguesa, o Sr. Primeiro Ministro anunciou que brevemente estará disponível a venda em unidose de medicamentos. Uma boa notícia e um avanço considerável face à irracionalidade da venda actual. 

Contudo, e na mesma comunicação, tivemos, para além do climax com que nos presenteou o Sr. Primeiro Ministro, o anticlimax da Sra. Ministra da Saúde que nos fez baixar à terra e explicou que esta medida está a ser tomada com enormíssimas cautelas e apenas a título experimental. Diria eu, não vá o diabo tecê-las.

Mas na verdade e pensando bem nisto, o que raio poderá o diabo tecer nesta medida que obrigue a tantas cautelas? Não é absolutamente do domínio do bom-senso que quando um médico prescreve ao seu paciente medicação o faça na dose exacta que este necessita para debelar o seu mal? Faz sentido continuar a comprar caixas cheias de pequenos comprimidos para depois tomarmos apenas uma parte e deixarmos o resto lá no armário da farmácia de casa? Seria normal que quando fôssemos comprar um artigo qualquer nos víssemos obrigados a comprar o caixote por inteiro em vez de comprarmos apenas aquilo de que necessitamos?

De facto há cautelas estranhas, isto porque noutros países, onde a unidose é prática habitual, tais cautelas há muito foram ultrapassadas, a bem do consumidor/paciente e a bem das finanças do estado que subsidia o doente. Mas pronto, cá na West Coast estas coisas requerem muito estudo, ponderação, reflexão, introspecção e sobretudo, pedido de autorização àqueles que beneficiam largamente com estas práticas. Esses, como diria o Octávio, vocês sabem quem são e do que estou a falar.

Luís Isidro Guarita  

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