segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O plebiscito

O MPLA parece ter obtido 82% dos votos nas eleições legislativas angolanas.

É um bom resultado, que se bate, sem complexos, com os 88% conseguidos em 1969 por Marcello Caetano.

Mas as verdades têm que ser ditas: o resultado do MPLA fica aquém dos 96% alcançados pela família Castro em Cuba ou dos 100% que Kim Jong Il costuma sacar nas eleições da Coreia do Norte.

O facto, inesperado, da oposição ter conseguido alguns votos, convida a um exercício de autocrítica.

Ainda assim, para evitar qualquer leitura distorcida da realidade, aqui ficam os títulos de algumas das muito diversificadas notícias difundidas pela ANGOP, a agência noticiosa oficial do MPLA, perdão, de Angola.

“UNITA sem razões coesas para impugnar eleições”
“Constitucionalista considera inexistentes razões para impugnar”
“Cardeal descarta razões para impugnar eleições”
“Líder religioso considera eleições exemplares”
“Parlamentar cabo-verdiano considera eleições livres”
“IASED considera eleições livres, justas e transparentes”
“Governo Luso saúda Angola pelo civismo nas eleições”.

João Castanheira

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