
Os primeiros acordes e harmonias vocais de Fleet Foxes deixam no ar uma pergunta: mas de onde é que isto saiu?
À medida que os minutos e as canções passam, a estranheza dá lugar àquela excitação juvenil que o melómano sente quando é confrontado com um clássico inesperado.
O álbum de estreia dos Fleet Foxes é uma obra-prima. E é, obviamente, o melhor disco que 2008 nos legou, deixando muito, muitíssimo longe a escassa concorrência.
As melodias eternas, as harmonias vocais, os rendilhados de guitarras e os retoques de pianos, banjos e demais ferramentas trazem à memória milhões de referências. Mas o resultado deste cozinhado é surpreendentemente original.
Fleet Foxes é um soberbo retrato da América profunda. E é, sobretudo, um irrepetível retrato de um conjunto de artistas quando jovens.
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Após uma estreia destas, o caminho que aí vem será, provavelmente, sempre a descer. Há, por isso, que gozar o prazer de ouvir até cansar White Winter Hymnal, a mais bela canção do ano. Depois dela, Fleet Foxes tem outras dez pérolas para oferecer.
João Castanheira
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