sábado, 17 de novembro de 2007

A seguir em nossas casas!

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É genético! Para que se leve às últimas consequências a tragédia do aborto faltaria somente um passo. O Sr. Ministro resolveu dá-lo. Já não bastava a demissão assumida do Estado em ter a defesa da vida humana como princípio inalienável da sua acção. Agora, para garantir que a morte é um princípio bem mais valioso e que definitivamente a nossa matriz sociocultural se deve basear no abismo do relativismo mais puro e duro, resolveu-se avançar em definitivo para dentro das nossas casas. Em absoluto o Estado em nós e nós totalmente no Estado.

Entre a ética assumida como responsabilidade e a lei interiorizada como dever cego, optou-se pela segunda. Entre a defesa do mais precioso bem que nos é dado - neste caso em particular tendo como pano de fundo um juramento com mais de 2500 anos - a vida, e o fascínio mórbido da morte, impõe-nos o Estado a morte, cuidando de, pelo caminho e caso não tomem esta opção, punir as consciências daqueles que se situam na primeira linha da defesa da vida, os médicos.

Quem não percebe que acima da lei deve estar a ética e que a ética remete para o mais íntimo de cada um de nós, tratando-se por isso de um património intocável, não percebe que o Estado deve ter limites e que esses limites não podem ser ultrapassados.

Que o estado queira impor uma cultura de morte aos seus cidadãos já o acho tenebroso, mas que o queira impor a cada consciência individualmente, acho-o horrendo.

Por isso, entre uma lei que defende a morte e uma ética que preserva a vida, não tenho dúvidas na escolha, há no entanto quem tenha, logo, parece-me que, prosseguindo por este caminho, a seguir é em nossas casas que se legislará.

Luís Manuel Guarita

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