domingo, 2 de dezembro de 2007

100 anos de Niemeyer

Oscar Niemeyer fará 100 anos no próximo dia 15 de Dezembro. Um século de génio que importa celebrar.

Do conjunto da Pampulha (1940) ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói (1991), Niemeyer projectou um mundo inteiro de edifícios intemporais.

Em “Minha Arquitectura”, Niemeyer escreve: “Não é o ângulo recto que me atrai, nem a linha recta, dura e inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher. De curvas é feito todo o universo”.

Quando, em 1955 Juscelino Kubitschek decide rasgar uma nova capital em pleno sertão brasileiro, Niemeyer é confrontado com a oportunidade da sua vida. Um desafio que nenhum outro arquitecto pudera até aí agarrar – Niemeyer deveria conceber todos os palácios e edifícios significativos da nova capital do seu país.

E foi precisamente em Brasília, cidade oficialmente inaugurada a 21 de Abril de 1960, que o génio criador do arquitecto se revelou em todo o seu esplendor. Uma explosão de formas e curvas sem paralelo na arquitectura moderna.

Niemeyer continua ainda hoje, aos 100 anos, a trabalhar activamente no seu atelier de Copacabana. E a passagem do centenário do nascimento do arquitecto lembrou-me que está ainda por cumprir uma das viagens da minha vida.

Desde miúdo que me imagino a percorrer o eixo monumental, a visitar a deslumbrante catedral, a subir a esplanada dos ministérios e a desembocar na mítica Praça dos Três Poderes. Trauteando uma melodia de Jobim, vejo-me a descobrir o Congresso Nacional, a olhar demoradamente o Palácio do Planalto e a descansar, por fim, junto ao espelho de água do Palácio da Alvorada. Há tantos anos que espero por essa viagem…

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João Castanheira

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