terça-feira, 6 de maio de 2008

Este homem tem uma história maior que o D. Afonso Henriques

Começámos a ouvir falar de António Morais, ilustre militante do Partido Socialista, quando este era presidente do Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça. Na altura, Morais lembrou-se de contratar para responsável pelo departamento de logística uma cidadã brasileira, que era funcionária dum restaurante do centro comercial Colombo.

A contratação foi feita sem concurso e o caso foi de tal modo escandaloso, que António Morais foi demitido pelo Ministro da Justiça, juntamente com a brasileira.

Antes, António Morais tinha sido director-geral do GEPI – Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do Ministério da Administração Interna.

No exercício desse cargo, António Morais terá contratado os serviços do Arq. Fernando Pinto de Sousa, pai de José Sócrates Pinto de Sousa. Segundo a imprensa, vários outros dirigentes do Partido Socialista da Beira Interior terão sido agraciados com contratos de fiscalização de obras em instalações da GNR e da PSP.

Algum tempo depois, foi tornado público que António Morais “deu” a José Sócrates 4 das 5 cadeiras com que este se licenciou na extinta Universidade Independente. Por esses dias, para além de professor universitário António Morais trabalhava com Armando Vara, colega de governo e amigo pessoal de José Sócrates.

E foi ao director-geral do GEPI que o então Secretário de Estado da Administração Interna, Armando Vara, recorreu para projectar uma moradia particular que construiu no Alentejo.

Mas, António Morais não pára. Segundo o público de hoje, o senhor acaba de ser pronunciado pelos crimes de corrupção passiva para acto ilícito e branqueamento de capitais.

Nos termos do despacho instrutório, António Morais e a ex-mulher terão agido de forma concertada para beneficiar um empreiteiro no concurso de construção do aterro sanitário da Cova da Beira. Em contrapartida, diz-se no despacho, receberam pelo menos 58.154 euros desse empreiteiro, dinheiro que foi depositado numa conta aberta nas ilhas de Guernesey.

Este António Morais tem uma história maior que o D. Afonso Henriques...

João Castanheira

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