sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Carlos V e o futuro, ou a viagem de Fernão de Magalhães contada à pequenada, 500 anos depois e através do Classmate.

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Pronto, já está, a coisa resolve-se de uma penada e de caminho, entre festança e festarola, lá vamos, alegres e contentes, observando a trupe que passa com o seu elixir da saúde eterna, neste caso educação imediata.

De norte a Sul, de Miranda do Douro à Figueira da Foz, de Barrancos a Matosinhos, lá anda o Sr. Ministro da Economia da West Coast de braço dado com a Sra. Ministra da Educação distribuindo, em glória, a iluminadíssima solução para todos os males da criançada indígena. 

A coisa, azul, parecida com um tal de Classmate e que dá pelo nome de Magalhães - ao que parece um Sr. cá da nação que há coisa de 500 anos vendeu os seus serviços a um tal de Carlos V, à data e ao que parece também, Rei de Castela, um sítio que mais coisa menos coisa agora dá pelo nome de Espanha e que, pelo caminho e algures no actual arquipélago das Filipinas se deixou morrer sem nunca completar o serviço que havia prometido a sua Majestade Imperial - é, de acordo com os óraculos, a solução porque todos ansiávamos! 

Não vem com o nevoeiro, isto apesar de há dias ter reparado, confesso, uma certa neblina numa das muitas viagens do ministro da West Coast, mas vem do dinheiro que muita gente, com certeza mal intencionada, acharia que se deveria gastar a dotar as nossas escolas dos meios de que tanto e em tantos sítios carecem, mas isso são contas de outro rosário e os Ministros têm pressa...

Mas voltemos ao que interessa e deixemo-nos de pormenores. É um facto, o Classmate, perdão, Magalhães, é a circum-navegação, desculpem, solução que estávamos à espera. A partir de agora não há que temer, sejam nativos da ilha de Mactan, sejam putativos chumbos. Tudo isso e de acordo com a verdade oficial é história, o futuro agora é outro e está na ponta de um teclado. Aproveite pois, caro concidadão, e ponha as criancinhas a navegar. Reze, no entanto, para que não fiquem pelo caminho, como o outro, e lhes apareça depois lá em casa um tal de Elcano a dizer que o mundo é mesmo redondo. É que ele de facto é, só que nem sempre o é para todos... É que há alguns, como esse tal de Magalhães, o de há 500 anos, que ficam pelo caminho.

Luís Isidro Guarita
 

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